sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Ato pela PEC 300 se transforma em palanque político da oposição


Movimento pela unificação salarial dos policiais do Acre, com os de Brasília, entra em tom de campanha com pedido de votos a pré-candidatos

Ray Melo,
Do oriobranco.net

O ato promovido por uma comissão de deputados federais, na manhã de sexta-feira, 23, em frente à Assembleia Legislativa, que seria organizado para unir a categoria, em torno da aprovação da PEC 300, se transformou em palanque político da oposição.

A manifestação iniciou da Concha Acústica, no Parque da Maternidade e contou com a presença de policiais militares, civis, bombeiros, Associação dos Militares do Acre (AME) e sindicato dos vigilantes, além dos deputados federais Capitão Assunção (PSB-ES), Major Fábio (DEM-PB), Mendonça Prado (DEM/SE) e Ilderlei Cordeiro (PPS-AC).

A caminhada pela aprovação da PEC 300 é um movimento de cunho nacional, já percorrendo vários estados, pedindo a unificação salarial entre os militares estaduais de todo o Brasil. No Acre o movimento teve tom de campanha política, já que o palanque foi formado por virtuais candidatos, tanto das policias, como ex-político com pretensões de volta ao cenário político do Estado.

O longo discurso do deputado Ilderlei Cordeiro foi uma pequena amostra, do que a oposição está preparando para a disputa de 2010. O parlamentar criticou o governo pela falta de segurança dos acreanos, sugerindo que a qualidade dos serviços dos militares está diretamente ligada ao que ele, chamou de descaso do governo com as polícias.

“Os policias do Acre vivem em estado lastimável, sem fardamento, sem armamento, com baixos salários e desestimulados, culpa do governo que não tem priorizado a segurança”, protestou o deputado, usando o movimento como primeiro passo para uma possível reeleição a Câmara Federal.

Todos os deputados militares ligados ao movimento da PEC 300 usaram o espaço para defender a reeleição de Ildelei Cordeiro, deixando em segundo plano, até políticos ligados aos militares como o vereador Sargento Vieira (PPS), legitimo representante da categoria, na Câmara Municipal de Rio Branco, que atual como coadjuvante no vento.

A defesa da Proposta de Emenda Constitucional, tão esperada, ficou em segundo plano. O evento serviu para lançar as candidaturas do Major Rocha, defendida com entusiasmo pelo deputado Capitão Assunção, que pediu aos policias que o escolhessem como representante da categoria na Assembleia Legislativa do Acre.

Agindo como autêntico político, Capitão Assunção disse está no meio de sua família, fazendo alusão as recomendações de sua esposa ao sair de sua cidade natal. “Minha esposa perguntou para onde eu ia, respondi que estava de viagem para o Acre, ela, uma baixinha brava, perguntou o que eu vinha fazer aqui, um local onde não conheço ninguém, mas falei para ela, minha família está lá, e se mechem com minha família mechem comigo”, disse o deputado que em outra ocasião chamou o governador Binho Marques e comandante da Polícia Militar, coronel Romário Célio, de bandidos.

Outro que parecia um peixe fora do aquário era Normando Sales (PSDB), ex-deputado, ex-prefeito e atual pré-candidato a uma das vagas no Senado, Sales permaneceu por longos minutos em cima do carro de som, sendo apresentado a multidão, por Ilderlei Cordeiro, ex-cunhado e apoiador de sua candidatura.

A proposta encontrará resistência no meio político e administrativo, já que a equiparação elevaria os salários dos policiais a valores superiores a R$ 4.000, iniciais. A aprovação da PEC pode desencadear um movimento de protesto entre as demais categorias do funcionalismo público, que exigirão os mesmos benefícios baseados nos salários pagos na capital federal.

O QUE É PEC 300

A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) de Nº 300 propõe equiparar os vencimentos das Policias Militares e Bombeiros Militares de todas as unidades da federação com os praticados hoje pelo Distrito Federal. Essa PEC é de autoria do Deputado Federal Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) e está tramitando no Congresso Nacional.

SITUAÇÃO

A PEC 300 foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) e aguarda análise da Comissão Especial, criada pela presidência da Câmara Federal. Se aprovada na comissão, a proposta deverá ser encaminhada para votação em dois turnos, no plenário.

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